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terça-feira, 14 de outubro de 2014

PET


Fabricação




O Poli (tereftalato de etileno) ou mais conhecido pela sua sigla em inglês PET, é um tipo de poliéster e uma resina termoplástica. Ele é o resultado da reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol que formam um polímero termoplástico, ou seja, que pode ser reprocessado várias vezes através do mesmo ou outros processos facilitando e favorecendo seu processo de reciclagem e uso contínuo na cadeia produtiva.

As altas taxas de crescimento na utilização do PET como embalagem se devem principalmente a suas características técnicas, já que proporciona alta resistência mecânica (impacto) e química, aparência nobre (brilho e transparência) e excelente barreira para gases e odores.

Ele é usado como fibra sintética, matéria-prima de embalagens, e resina para engenharia, em combinação com a fibra de vidro, plástico para fabricação de garrafas e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, destilados, isotônicos, entre outras funções. 

Além disso, seu peso é muito menor que o das embalagens tradicionais, o que reduz custos de transporte e produção. E por ser o melhor e o mais resistente plástico para a fabricação de embalagens, frascos, etc; e sendo 100% reciclável, ele está presente em diversos ramos do mercado. Contudo, o seu descarte inadequado pode resultar em diversos problemas tanto para saúde humana quanto para o meio ambiente. 

O polietileno tereftalato pode ser obtido em vários tipos, relacionados às exigências particulares de cada aplicação a qual se destina. A principal diferença entre os tipos de polietileno tereftalato reside no peso molecular (indicativo do número médio de unidades de repetição PET individuais que são agrupadas para formar uma corrente molecular única) ou grau de polimerização que dá origem a diferentes propriedades dos materiais resultantes. Quanto maior o peso molecular, maior a resistência mecânica, química e térmica do polietileno tereftalato. 

O peso molecular do polietileno tereftalato, é medido e expresso indiretamente, através dos valores de viscosidade intrínseca (VI), modo pelo qual podemos definir o seu peso molecular corretamente, em uma relação de proporcionalidade direta. Quanto maior a VI, maior o peso molecular da resina. 

A resina PET é produzida em duas fases: 


  1. O PET amorfo (que não possui capacidade de cristalizar, sendo amorfo sem qualquer condição ou história térmica) é obtido pela polimerização no estado líquido com VI em torno de 0,6. Nesta etapa é formado o bis-2-hidroxietil-tereftalato (BHET), também chamado demonômero da polimerização. Nesta operação forma-se água, que é retirada continuamente do meio. O monômero é então transferido para a polimerização, onde, sob alto vácuo, ocorre a policondensação líquida. Nesta operação, o glicol é eliminado da reação com o aumento da VI do polímero. Neste ponto, o polímero amorfo é retirado do polimerizador, resfriado, solidificado, cortado e então armazenado. 
  2. Na pós-condensação no estado sólido a resina PET amorfa – obtida na primeira fase de fabricação – é cristalizada e polimerizada continuamente. Nesse processo, a VI do polímero é aumentada tipicamente a 0,8dl/g. 

A resina é então embalada, estando pronta para ser comercializada.

As propriedades do PET dependem da fração das regiões cristalinas (grau de cristalização), do tipo e tamanho dos cristais e da orientação das cadeias moleculares e dos cristais. A morfologia do PET depende das condições do processamento. O PET completamente amorfo ou com baixo grau de cristalização é obtido após rápido resfriamento do polímero fundido. 



História


O PET, por mais estranho que possa parecer, iniciou sua jornada na indústria têxtil. A primeira amostra da resina foi desenvolvida pelos ingleses Whinfield e Dickson, em 1941. Com a Segunda Guerra Mundial, os campos, lugares em que se obtinha a matéria-prima para a produção têxtil (algodão, linho, entre outras), foram destruídos, afetando a produção de tecidos. Houve, então, a necessidade de substituir as fibras que eram utilizadas. Este substituto foi o PET, que não decepcionou na sua função. 

O PET continuou a ser desenvolvido e com isso foi-se descobrindo novas funções para ele, como, por exemplo, na indústria de pneus, em que sua resistência mecânica foi comprovada e em 1962 começou a ser usado na produção. As primeiras embalagens de PET surgiram nos Estados Unidos e no início dos anos 70 chegaram à Europa. No Brasil, ele apareceu em 1988 e seguiu uma trajetória semelhante ao resto do mundo, sendo utilizado primeiramente na indústria têxtil. Apenas a partir de 1993 passou a ter forte expressão no mercado de embalagens, notadamente para os refrigerantes. Atualmente o PET está presente nos mais diversos produtos e ramos do mercado. 



Reciclagem



Inicialmente o PET não era reciclado e seu descarte na natureza provocava muita sujeira e poluição ambiental. Atualmente, a reciclagem de PET é praticada em larga escala por cooperativas e empresas de reciclagem. A reciclagem de PET passa pelos seguintes processos:

1-As embalagens PET passam por um processo de lavagem e prensagem;

2-Os fardos de PET passam por um processo de trituração, resultando em flocos;

3-Os flocos passam por um processo conhecido como extrusão, resultando em grãos;

4-Os grãos são transformados em fios de poliéster ou produtos plásticos como, por exemplo, embalagens.

Sobre garrafas PET:



– 100% recicláveis e de ótima performance ambiental;

– São extremamente leves, permitindo que grandes volumes sejam carregados com facilidade;

– Transparentes, permitem visualizar o produto que será consumido e possuem sistemas de fechamento eficientes, preservando o produto até o fim;

– Inquebráveis, facilitando na linha de produção e permitindo que crianças possam usá-las;

– Evitam desperdício;

– Democrática, está presente em artigos destinados a todas as classes;

– Com o barateamento dos custos de produção, os produtos tornaram-se mais acessíveis;

– O sistema produtivo versátil permite variedade de formas;

– Evitam desperdício de material, embalagem e produto;

– A resistência permite carregar muito mais produto que embalagem – as garrafas de PET têm a melhor relação peso/conteúdo do mercado;

– Num caminhão carregado, as embalagens de PET ocupam apenas 2% da carga, enquanto algumas embalagens ocupam até 48% do peso – ocupando desnecessariamente o lugar do produto;

– Nos sistemas retornáveis, esse peso morto ainda tem que voltar para a fábrica do produto, gerando ainda mais emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa;

– A garrafa de PET para dois litros de refrigerante tem, em média, apenas 47 gramas. Uma garrafa de vidro de 01 litro para refrigerante pesa 950 gramas.

– Sistemas retornáveis utilizam até 6 litros de água para cada litro produzido. Isso é devido à água necessária para a lavagem das garrafas e dos engradados que as transportam;

– O sistema de fechamento eficiente evita desperdício, o que também é ambientalmente correto;

– São inertes e não geram chorume em lixões e aterros, o que preserva a água subterrânea e os rios;

– Por serem leves, usam o mínimo de matéria-prima na sua fabricação, além de economizar muito combustível e evitar a emissão de gases de efeito estufa.

– Segundo o Ibama, uma garrafa PET pode demorar de 200 a 600 anos para se decompor no meio ambiente.

– Reciclagem de uma tonelada de plástico economiza 130 kg de petróleo.

– O Brasil é um dos maiores recicladores mundiais de PET. Aqui, quase 60% das garrafas descartadas são recicladas, afirma a Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET).

– As garrafas PET assim com outros plásticos jogados nos rios e no mar liberam substâncias tóxicas que contaminam a água com o passar do tempo. Além disso, o Instituto de Química da UnB afirma que milhares de animais aquáticos morrem todos os anos ao confundir plástico boiando na água com comida. Isso porque o resíduo pode bloquear o estômago ou perfurar os intestinos dos animais.








Referências Bibliográficas

HENDGES, Antonio Silvio. Produção, utilização, descarte e reciclagem do PET no Brasil, artigo de Antonio Silvio Hendges. Disponível em <http://www.ecodebate.com.br/2014/02/11/producao-utilizacao-descarte-e-reciclagem-do-pet-no-brasil-artigo-de-antonio-silvio-hendges/>. Acessado em 07 de out. de 2014.


Reciclagem de Garrafa PET. Disponível em <http://www.suapesquisa.com/reciclagem/reciclagem_garrafa_pet.htm>. Acessado em 07 de out. de 2014.

Garrafas - Benefícios da Garrafa de PET. Disponível em <http://www.abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=48>. Acessado em 07 de out. de 2014.


Resina PET – Fabricação. Disponível em <http://www.abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=65>. Acessado em 07 de out. de 2014.


Resina PET – História. Disponível em <http://www.abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=46>. Acessado em 07 de out. de 2014.




MONTENEGRO, Ricardo Sá Peixoto; FILHA, Dulce Corrêa Monteiro; PAN, Simon Shi Koo; RIBEIRO, Márcia Cristiane Martins; OLIVEIRA, Katia Maria Vianna Duarte de. RESINA PET PARA RECIPIENTES. Disponível em < http://web-resol.org/textos/PET%20no%20Brasil.pdf>. Acessado em 07 de out. de 2014.


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